sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Policiais encontram 14 garotas de programa em boates de Altamira


Uma operação policial realizada nesta sexta-feira, 15, encontrou 14 jovens que eram usadas como garotas de programa, em boates, na sede de Altamira, sudoeste do Pará. As Polícias Civil e Militar, em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar e Conselho Tutelar, revistaram cinco estabelecimentos. Em quatro deles, não havia licença para funcionamento e, por isso, as boates foram fechadas. As garotas de programa foram encontradas em três locais diferentes. A operação foi desencadeada ao meio-dia, e se estendeu até por volta de 15:30, quando as jovens foram levadas para a sede da Superintendência em Altamira. A Polícia Civil, por meio da delegada Thalita Feitoza, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), abriu inquérito para apurar suspeitas de tráfico interno de pessoas para exploração sexual. Ainda, pela manhã, uma comitiva do Governo do Estado chegou a Altamira para acompanhar de perto as investigações sobre o esquema de tráfico de pessoas desarticulado na região e prestar atendimento social e psicológico às mulheres, à adolescente e à travesti resgatadas da boate Xingu, em Vitória do Xingu, na noite de quarta-feira passada.A comitiva foi formada pelas delegadas Christiane Lobato, delegada-geral adjunta, e Simone Edoron, diretora de Atendimento a Grupos Vulneráveis, da Polícia Civil; o titular da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), Heitor Pinheiro, e a coordenadora do Comitê e Assessora das Políticas Temáticas dos Direitos da Criança e Adolescente da SEJUDH (Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos), Leila Silva. O grupo se encontrou, na chegada à cidade, com o delegado Cristiano Nascimento, superintendente regional do Xingu, para tomar conhecimento das últimas informações sobre o caso. Conforme o delegado, o advogado do suspeito de ser o dono da boate Xingu, um homem de prenome Adão, ficou de apresentar o cliente ainda nesta sexta-feira, à Polícia Civil em Altamira, para prestar depoimento no inquérito policial, porém, até o início da noite, o suspeito não foi apresentado. Adão é acusado de manter em cárcere privado e submeter a ameaças três mulheres, uma adolescente e uma travesti, que se prostituíam no local, onde não tinham alimentação e eram forçadas a fazer programas sexuais para pagar as despesas da boate. Todas as vítimas são oriundas de Estados do Sul do Brasil. As mulheres são de três cidades de Santa Catarina. Já a travesti é do interior do Paraná, enquanto a adolescente é natural de Maraú, no Rio Grande do Sul. A garota usava a carteira de identidade da irmã, que é mais velha e tem o rosto muito parecido com a garota, para se passar por adulta. Dois homens, apontados como gerentes da boate, foram presos em flagrante, na noite de quarta-feira passada. Naturais do Estado gaúcho, eles foram autuados por tráfico de pessoas para exploração sexual e estão presos no Sistema Penitenciário em Altamira. O flagrante foi devidamente homologado (confirmado) pela Justiça. A boate teve as atividades suspensas. As jovens foram levada para abrigos municipais em Altamira, sob proteção do Estado, e deverão ser recambiadas às terras-natais. A adolescente está sob tutela do Conselho Tutelar. Em depoimento, a adolescente alegou que foi aliciada em Santa Catarina, para vir ao Pará, onde ganharia R$ 14 mil por semana em programas sexuais. Mas, ao chegar ao Estado, foram levadas para a zona rural de Vitória do Xingu, onde era mantida trancada em um quarto, cuja porta era trancada pelo lado de fora. Após o flagrante, denúncias de que havia mais mulheres na área onde fica a boate levaram a Polícia Civil a retornar ao local e vazer uma varredura. Os policiais civis, sob comando do delegado Lindoval Borges, de Vitória do Xingu, encontraram em outra casa, um local que servia como alojamento, onde 13 mulheres estavam hospedadas. Elas seriam funcionárias da boate. Onze delas são gaúchas, uma é do Estado de Goiás e a outra é paraense de Redenção, sul do Estado. Elas foram levadas para Altamira para prestar depoimento à Polícia Civil. OPERAÇÃO Nesta sexta-feira, sob comando da delegada-geral adjunta, Christiane Lobato, e dos delegados Cristiano Nascimento e Simone Edoron, a operação policial partiu da sede da Polícia Civil, em Altamira, para fiscalizar cinco boates, cadastradas pela Divisão de Polícia Administrativa (DPA), na sede do município, onde havia denúncias de que os locais atuariam como prostíbulos, inclusive com uso de adolescentes em programas sexuais. Os agentes revistaram os locais, onde apenas estavam funcionários. Em apenas um dos locais, as condições estruturais e documentais estavam de acordo com a lei. Nos demais, havia irregularidades. “Quatro deles não tinham alvará nem documento de habite-se do Corpo de Bombeiros para funcionar, por isso, tiveram as atividades suspensas”, explicou a delegada Simone Edoron. Em três deles, foram encontradas as garotas de programa. Elas viviam em quartos, onde eram submetidas a cobranças das despesas do estabelecimento que tinham de ser pagas com dinheiro apurado dos programas sexuais. Havia ainda, ressaltou a delegada, indícios de prática de rufianismo, que é a exploração financeira da prostituição pelos donos dos estabelecimentos. A maioria das jovens, entre elas uma travesti, tem faixa etária de 19 a 23 anos, é procedente de outros municípios do Pará, como Marabá, Santarém e Rondon do Pará. Só duas jovens são de fora do Pará, uma de Rondônia e outra de Goiás. A delegada Thalita Feitoza ouviu, ao longo da noite desta sexta-feira, todas as mulheres encontradas nas boates, para apurar a denúncia de tráfico de pessoas para exploração sexual. O inquérito tem prazo legal de até 30 dias, podendo o prazo ser dilatado por prazo igual, se houver necessidade da continuidade das investigações. Com Informações PC-Pá