domingo, 24 de março de 2013

MPF denuncia acusados de tráfico humano em Altamira

Se condenados, acusados podem cumprir penas de até 30 anos. MPF pediu prisão preventida de dois acusados em Santa Catarina.
Dono da boate Xingu foi um dos denunciados Altamira - A Justiça Federal de Altamira, sudoeste do Pará, recebeu nesta sexta-feira (22) a denúncia do Ministério Público Federal do Pará contra seis pessoas que teriam ligações com os crimes de trabalho escravo, tráfico de pessoas, exploração sexual, corrupção de menor e formação de quadrilha praticados na boate Xingu. O local fica no município de Vitória do Xingu, sudoeste do Pará, e foi denunciado ao conselho tutelar no dia 13 de fevereiro por uma adolescente que conseguiu fugir da boate após ser vítima de exploração sexual.Segundo o MPF, os acusados foram identificados pelas vítimas libertadas da boate após a operação da Polícia Civil, que combateu o tráfico de pessoas no Pará durante o mês de fevereiro. Ainda de acordo com a procuradoria, a boate ficava próxima a um dos canteiros da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e um procedimento paralelo está investigando se a exploração sexual ocorria na área declarada de utilidade pública pelo Governo Federal para a construção da hidrelétrica. Os seis acusados são o casal de proprietários e os funcionários da boate Xingu, além da dona de uma boate em Santa Catarina que seria a aliciadora das vítimas encontradas no sudoeste do Pará. Se forem condenados, os acusados podem pegar penas que variam de 1 a 30 anos de prisão. Dos seis acusados, já estão presos em Altamira o casal de donos da boate, o gerente e o segurança. O MPF também pediu a prisão preventiva dos dois acusados de terem participado do aliciamento das jovens em Santa Catarina, mas a dupla ainda não foi encontrada.
Vítimas
De acordo com o MPF, as vítimas foram levadas de van de Santa Catarina até Altamira, uma viagem de aproximadamente 4 mil quilômetros. As aliciadas foram enganadas com a promessa de que receberiam até R$ 1 mil por dia de trabalho, mas ao chegarem no Pará tiveram que se prostituir para pagar dívidas. Elas ficavam trancadas em quartos precários, sem condições de higiene. “Além da precariedade das instalações, as vítimas foram colocadas em quartos sem janela e sem ventilação, o que se torna desumano, quando considerarmos as temperaturas locais e o fato de que o gerador de energia era mantido desligado após encerramento das atividades da boate”, diz a denúncia do MPF.  Fonte: G1 Pará