quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Suspeita de ser pirâmide, Multiclick reconhece problemas em pagamentos


Presidente da empresa que diz ter sido vítima de corrupção dentro da própria empresa
Uma das primeiras investigadas na recente onda de pirâmides financeiras do País, a Multiclick Brasil não precisou de bloqueio judicial para suspender o pagamento de vários dos 300 mil cadastrados que diz ter. Em meio a cobranças por redes sociais e sites como o Reclame Aqui, o presidente da Multiclick, Wagner Alves, gravou um vídeo e confirmou os problemas nos depósitos. Sem ter como culpar a Justiça ou Ministério Público, ele diz ser vítima de corrupção na própria empresa que dirige. Wagner não cita nomes, garante ter demitido os corruptos e avisa: vai demorar para honrar os pagamentos, por isso pede a confiança dos investidores.Assim como outras 80 investigadas, a Multiclick é suspeita de ser uma pirâmide, mas se diz uma empresa de marketing multinível. A companhia estava na primeira leva de suspeitas, junto com empresas paralisadas pelo judiciário ou que tiveram problemas nos pagamentos, como BBom, Priples e NNex.A Telexfree foi bloqueada pela Justiça em 18 de junho passado. Um mês depois, o ator Sandro Rocha, famoso por sua participação no filme Tropa de Elite, após levar 80 mil pessoas à Telexfree anunciou a saída para a Multiclick, que, curiosamente, com a suspensão de outras suspeitas tentou conseguir na Justiça uma garantia prévia de que o negócio não seria bloqueado.
A garantia não veio, nem o bloqueio. Mesmo assim, a empresa afundou em problemas.
“Desde o setor de TI, o administrativo, o financeiro, várias áreas, pessoas se corromperam dentro da Multiclick Brasil e pensaram no benefício próprio. Deixaram de pensar nas mais de 300 mil famílias que fazem parte desse negócio. Gente, e o que mais nos impressiona é que em meio a tantas corrupções, alguns líderes também se desviaram do que acreditamos que seja o caminho correto, que foi o caminho que a Multiclick Brasil traçou até hoje, sempre com transparência, com fidelidade a você”, diz Alves, no vídeo.
Segundo ele, os problemas nos pagamentos foram intencionalmente criados pelos ex-funcionários e por isso haverá demora para normalizar os pagamentos.