quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Chacina no Pará: Seis pessoas da mesma família são assassinadas


Um casal, seus três filhos mais um sobrinho, com idades de 11, 12, e 14 anos, foram mortos com golpes de facadas no assentamento da Fazenda Estiva. As vítimas despareceram na madrugada de terça (17) e os corpos foram encontrados no mesmo dia, em um rio que passa na área. Segundo o delegado Antônio Miranda Neto, Superintendente da Polícia Civil Regional do Araguaia, o crime foi motivado por conflitos entre os próprios colonos do assentamento.
Um dia depois do crime, as casas amanheceram fechadas no terreno em Conceição do Araguaia. Os moradores saíram do local com medo. O casal Washington da Silva, de 40 anos, e Leidiane Soares, de 30 anos, três filhos e um sobrinho foram assassinados no assentamento. Os corpos das seis pessoas da mesma família serão enterrados em Redenção. De acordo com a polícia, dois homens armados invadiram a casa, amarraram as vítimas e levaram todos para a mata onde a família foi mutilada por golpes de facão. os criminosos jogaram os corpos no rio. três tinham marcas de bala. “A gente fica muito triste porque é um assentamento novo, tem de tudo para crescer e de repente acontece uma barbaridade dessa”, lamenta Juarez Sousa, agricultor.
Os corpos foram analisados pelo Instituto Médico Legal (IML) em Marabá.
“É muito triste. Uma tragédia dessa não é qualquer um que vai suportar”, disse Genoval Pereira de Sousa, parente das vítimas. A família vítima da cachina era de Redenção e havia se mudado há cerca de três semanas para a zona rural de Conceição do Araguaia. De acordo com o Incra, o terreno está em fase de desapropriação para a reforma agrária. Segundo a polícia, a família vivia em um lote disputado por dois irmãos. Eles teriam abandonado a área, mas estariam querendo o terreno de volta. De acordo com as investigações, os irmãos contrataram dois pistoleiros para matar a família. “O motivo do crime seria essa insatisfação com a transferência do lote. A família beneficiada, do Oziel e do Oliveira, perderam o benefício por ter abandonado o lote, e a família das vítimas, por estar cadastrada junto ao Incra passou a assumir esse lote”, disse Antônio Miranda, delegado. “A justiça nesse caso tem que ser feita. A gente tem que exigir justiça. A sociedade não pode calar, é uma hora de gritarmos ainda mais pela reforma agrária verdadeira, onde cumpram leis”, disse Paulo Joanil, coordenador da Comissão Pastoral da Terra. G1-Para